O Natal talvez seja a festa mais importante do ano. Do ponto de vista familiar, representa um momento de comunhão e afeto. Do ponto de vista religioso, simboliza o nascimento da figura mais importante do cristianismo e, do ponto de vista comercial, o Natal alavanca as vendas no mundo inteiro! Mal começa novembro e as ruas já estão tomadas de imagens de pinheiros, renas e do bom velhinho. Por essa razão, decidimos escrever esta postagem contando um pouco mais sobre algumas características do Natal, desde a origem do Papai Noel até a história por trás das decorações de natalinas. Confere abaixo! Desejamos a todos um boa leitura.

A ORIGEM DO PAPAI NOEL

Muitas pessoas ficam curiosas a respeito da origem do Papai Noel. Afinal, como foi que um feriado cristão, realizado para marcar o nascimento de Jesus, acabou sendo vinculado a um senhor idoso e gordinho que mora no pólo norte, que produz brinquedos junto de seus elfos, e distribui esses presentes para as crianças do mundo todo? A história do Papai Noel é a história de como são criados os ícones da cultura, sempre com uma boa dose de criatividade e sincretismo.

Existe muita controvérsia a respeito da origem ancestral do Papai Noel, alguns dizem que ela vem de uma lenda oriunda do norte da Europa, e que teria alguma ligação com a divindade nórdica Odin, mas o certo é que um dos nomes por trás do Papai Noel é o do santo cristão São Nicolau!

QUEM FOI SÃO NICOLAU?

São Nicolau, pintura de Piero di Cosimo. Século XV

Nicolau era um bispo que viveu no século quatro em um local chamado Mira, na Ásia Menor (hoje chamada de Turquia). Ele era muito rico em virtude de uma herança deixada pelos seus pais. No entanto, ele era também muito generoso, e ganhou a reputação de ajudar os pobres através da doação de presentes para os mais necessitados. Existem muitas lendas envolvendo São Nicolau, mas uma delas indica que ele talvez seja uma das inspirações para o Papai Noel.

Uma das histórias envolvendo o santo conta o seguinte:

Havia um homem muito pobre perto do local onde morava Nicolau, esse homem tinha três filhas e era tão desprovido que não tinha dinheiro nem para pagar o dote. Dessa forma, suas filhas não puderiam casar. (O dote era uma quantia de dinheiro que antigamente o pai pagava ao noivo no dia do casamento de sua filha). Uma noite, Nicolau, secretamente, jogou uma bolsa cheia de ouro através da chaminé da casa da família carente. A bolsa de ouro caiu dentro da meia que uma das filhas havia deixado na lareira para secar.

Durante três noites São Nicolau seguiu jogando a bolsa com moedas de ouro, pois sabia que o homem tinha três filhas. Na última noite, no entanto, o pai se escondeu na lareira para tentar descobrir quem era aquele que estava o ajudando. Quando foi descoberto, Nicolau implorou para que o homem não contasse nada a ninguém, mas as notícias voaram e criou-se a lenda de que sempre que alguém recebia um presente inesperado, era um presente de São Nicolau.

COMO SÃO NICOLAU SE TORNOU O PAPAI NOEL?

‘A Visit From St. Nicholas’ Manuscrito à mão pelo autor Clement C. Moore

Bom, aí é outra história. Mas é fato que antes mesmo de existir o velho barbudo no trenó, o Natal já vinha acompanhando de um culto envolvendo presentes, meias, lareiras, crianças e claro, São Nicolau.

Durante a idade média e posteriormente no século dezesseis, após a reforma, a figura dos santos perderam força, mas o costume dos presentes seguiu firmo. O sincretismo religioso, que misturava catolicismo e culturas das regiões do norte da europa, foram tomando cada vez mais força nas casas cristãs da Inglaterra e da França. Na inglaterra, surgiu o “Father Christmas”  (Papai Natal), na França, o “Père Nöel” (Papai Noel).

No entanto, foi em 1823 que o poeta norte americano Clement Clark Moore, tentando reunir diversos costumes vindos da europa, escreveu os famosos versos de ‘A Visit from St. Nicholas’ ou ‘T’ was the Night before Christmas’, traduzindo ‘Uma visita de São Nicolau’ ou ‘A noite antes do Natal’. Nesse poema é que Clement descreve a chegada do trenó voador puxado por renas, de onde salta um velhinho gordo de barba branca, que entra pela chaminé para distribuir presentes. Esse poema ficou muito famoso.

A figura do Papai Noel como conhecemos hoje vem desse poema do início do século dezenove. É importante frisar que a publicidade do final do século dezenove, início do século vinte, foi fundamental para firmar a imagem do bom velhinho. Marcas como a Coca-cola tiveram um papel central na consolidação do que hoje chamamos Papai Noel. Hoje o velhinho está em todos os cantos, na televisão, nos shopping centers e claro, no imaginário de nossas crianças.  

Confere também a origem do Coelhinho da Páscoa!

A HISTÓRIA POR TRÁS DAS DECORAÇÕES DE NATAL

Já é final de novembro, hora de começar a pensar a sua decoração natalina! O Natal traz consigo toda uma indumentária decorativa. Árvores, meias nas lareiras, luzes, fios de prata, bojos, grinaldas e muito mais. Mas você já parou para se perguntar de onde surgiu essa cultura? É isso que vamos comentar nesse post; a história por trás das decorações natalinas.

1- ÁRVORE DE NATAL

Sabe-se que o Natal, como comemoramos hoje, é uma mistura entre culturas europeias pagãs e o cristianismo. Trata-se de uma espécie de sincretismo religioso recheado de imagens e lindos costumes ancestrais. A Árvore de Natal não é diferente, pois antes mesmo do cristianismo, as famílias provenientes dos locais mais frios do mundo tinham o costume de, durante o inverno, trazer árvores “evergreen” para dentro de casa. Evergreen é um termo em inglês que significa “sempre verde” e refere-se às árvores que não perdem as folhas durante o rigoroso inverno. Trazer essas árvores, geralmente pinheiros, para dentro de casa era uma forma de cultuar a natureza e lembrar da força da vida, mesmo em tempos de escassez. O cristianismo utiliza a árvore que não perde folhas como uma lembrança da vida eterna junto a Deus.

2 – BOLAS DE NATAL

Você certamente conhece a famosas bolas natalinas que costumam ser penduradas nas árvores de Natal. Elas são de várias cores, mas a que predomina é a vermelha. Bom, antes de serem feitas de plástico com purpurinas, essas bolas eram frutos de verdade. Esse é mais um costume que veio da Europa, mais especificamente da Alemanha, onde costumava-se pendurar frutos nas árvores trazidas para o interior das casas. Tudo isso pra simbolizar a harmonia e a fertilidade.

3 – MEIAS NAS LAREIRAS

Alguns estudiosos contam que o Papai Noel surgiu de uma alteração de São Nicolau, um santo conhecido por distribuir dinheiro às pessoas necessitadas. Contam as histórias que certa noite São Nicolau jogou algumas moedas de ouro pela chaminé da casa de uma família muito pobre. Essas moedas caíram nas meias que secavam em frente à lareira. Desde então, criou-se o costume de deixar meias nas lareiras, na esperança de que São Nicolau (ou Papai Noel)  venha deixar algum presente.

4 – LUZES DE NATAL

Glade jul (Happy Christmas) by Viggo Johansen (1851-1935) | © WikiCommons

A história das luzes natalinas que ficam envolvidas nas árvores de Natal é bastante curiosa. Como vocês podem imaginar, originalmente, durante a era vitoriana, eram colocadas velas nas árvores. Acontece que isso gerava tantos incêndios (imagine uma vela pendurada em um galho de árvore), que durante o século dezenove diversas empresas norte americanas de seguros tentaram passar leis que proibiam o uso das velas nas árvores. Eventualmente, em 1895, um cidadão chamado Ralph Morris inventou lâmpadas elétricas de Natal. 

5 – CORDINHAS DE PRATEADAS E DOURADAS

Chamado em inglês de “tisel”, as cordinhas prateadas eram, originalmente, verdadeiros fios muito finos de prata que eram colocados em volta das árvores de Natal. Há, no entanto, uma lenda muito curiosa a respeito do costume dos fios de prata. Conta-se que, há muito tempo atrás, existia uma família bastante pobre que não tinha dinheiro para decorar a sua árvore de Natal. Foi então que, na noite anterior ao dia 25, uma aranha traçou uma enorme teia ao redor da pequena e pobre árvore daquela família. Para a surpresa de todos, na manhã seguinte, quando as crianças da casa acordaram, as teias da aranha haviam se transformado miraculosamente em fios de prata e ouro! Seria São Nicolau? Papai Noel? Ou apenas mágica?   

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