Todo ano, o Dia Mundial da Terra, 22 de abril, marca o aniversário de nascimento do movimento ambientalista moderno em 1970.

Auge da contracultura nos Estados Unidos, 1970 foi o ano da morte de Jimi Hendrix, do último álbum dos Beatles e um ano importante na guerra do Vietnam, momento onde organizou-se uma forte oposição estudantil à guerra.

Na época, os americanos produziam altas quantidades de gás carbônico através dos carros com motores nada ecológicos. As indústrias cobriam os céus de fumaça, e tinham pouco ou nenhum medo de punições legais. A poluição do ar era aceita como o preço necessário para o desenvolvimento e a prosperidade. “Ambientalismo” era uma palavra pouco mencionada.

Ainda que a maioria do mundo estivesse de olhos fechados para as questões ambientais, o assunto começou a ganhar importância, em especial através da publicação de Rachel Carson, com seu bestseller “Silent Spring”. O livro representou um momento de mudança na mentalidade, vendendo mais de quinhentas mil cópias em mais de vinte e quatro países. Isso acarretou o crescimento da preocupação popular com os organismos vivos, com os ecossistemas e com a relação entre poluição e saúde pública.

O Dia Mundial da Terra de 1970 deu ainda mais voz para essa tomada de consciência, aliando-se ao movimento pacifista e colocando o meio ambiente no centro das questões nacionais.

A ideia para o primeiro Dia Mundial da Terra

A ideia de realizar um dia para focar no meio ambiente surgiu do fundador do Dia da Terra, Gaylord Nelson, à época senador pelo estado de Wisconsin, após presenciar os danos causados pelo enorme vazamento de óleo de 1969 em Santa Bárbara, Califórnia. Inspirado pelo movimento estudantil anti-guerra, ele se deu conta de que essa energia poderia gerar a conscientização pública sobre poluição do ar e das águas, esses movimentos unidos poderiam conquistar ganhos públicos na agenda de proteção ambiental.  

O senador Nelson anunciou sua ideia de um programa de conscientização ambiental nos canais de mídia nacionais, conseguiu apoio de outros senadores, inclusive republicanos conservadores, além de acadêmicos consagrados. Ele juntou um time de 85 nomes para promover eventos ao redor do país. A data escolhida foi o dia 22 de abril.

Em 22 de abril de 1970, 20 milhões de americanos tomaram as ruas, parques e auditórios para clamar por um meio ambiente mais saudável e sustentável. Milhares de colégios e universidades organizaram protestos contra a destruição dos ecossistemas. Grupos que antes lutavam separadamente contra vazamentos de óleo, poluição de fábricas, elétricas de carvão, pesticidas e desmatamento, repentinamente perceberam que eles compartilhavam valores em comum.

O Dia da Terra de 1970 alcançou um raro apoio popular, unindo Republicanos e Democratas, ricos e pobres, urbanos e campesinos, trabalhadores e líderes de fábricas. Ao final daquele ano, o Dia da Terra levou a criação da United States Evironmental Protection Agency. “Foi uma aposta”, relembra Gaylord, “mas funcionou”.  

Hoje em dia, a luta por um meio ambiente limpo segue urgente, pois as consequência das mudanças climáticas se manifestam mais e mais a cada dia. Por isso, é necessário seguir na luta por um planeta saudável para todos os seres vivos.